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terça-feira, 15 de junho de 2010

Os domingos não são tão legais quanto antes


Domingo era pra mim o dia mais esperado da semana.

Acordava cedo, tomava banho gelado - não tinha chuveiro elétrico em casa; aliás, nem chuveiro tinha. Era banho de cuia, tirando água do camburão. Tomava café preto com pão e manteiga, às vezes sem e ia à missa que começava às 7 horas da manhã.

Depois da missa, reunião no clube de jovens. Participei de dois. O JAC e o JEUC.

O JAC - Jovens Amigos de Cristo era elitista. Entrei somente para participar do time de vôlei, esporte que começava a se tornar minha paixão de uma vida inteira. Fiquei pouco tempo.

Bom mesmo foi quando fundamos o JEUC -  Jovens Esportistas Unidos a Cristo.

Não lembro de quem foi a idéia do nome, mas foi aceito de imediato. E o JEUC dos dissidentes tornou-se muito melhor que o JAC. Muito mais jovens participando, atraídos nem sempre pela união a Cristo, mas muito pelo esporte que era um chamarisco infalível numa época de pouquíssimas opções para a juventude. O JEUC fazia os melhores eventos da paróquia e ganhava todos os torneios das redondezas.

Mas, estou tergiversando. Viajando na maionese.

Queria mesmo era relembrar os domingos da minha adolescência. Dos almoços preparados pela minha mãe. Dos bifes honestos que eu gostava de comer dentro da sopa de macarrão goela de pato. De passar a tarde jogando vôlei ou descendo de skate as ladeiras do bairro Santo Antônio. De não ter dinheiro nem pra comprar um dindin e também não estar preocupado com isso. De andar léguas a pé pra ir tomar banho na balsa do Cacau Pirêra.

Os domingos de hoje não tem o mesmo sol. Nem quando chove não é mais igual.

Mudaram os domingos.

Ou mudei eu.

Adriano Trinta

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