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terça-feira, 22 de junho de 2010

Glorinha dos Cajus

Eu era criança, de nove para dez anos mais ou menos. O lugar onde eu morava é hoje área urbana, mas na época ainda mantinha a natureza preservada. Os lotes eram grandes e findavam num igarapé margeado por um areal cheio de cajueiros que eram o playground da garotada. Apanhar cajus era o mote para descer aquele bando de meninos rumo ao areal. E entre os meninos sempre ia Glorinha. Glorinha dos Cajus, como era chamada pelas comadres fuxiqueiras.

Não sei dizer ao certo quantos anos tinha Glorinha, mas era com certeza mais velha que os meninos. Já era moça e os meninos eram meninos mesmo. Nenhum tinha mais que doze, treze anos de idade. Não lembro de quem era filha, acho mesmo que nem morava ali, mas era companhia constante da turma nas idas ao cajual. Iam quase todos os dias, mas nem sempre voltavam com cajus.

Não sei dizer o que tanto faziam lá, pois eu nunca fui. Não tinha idade ainda para trepar em cajueiro.

Adriano Trinta

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