Brigitte Montfort

Tomei gosto pela leitura a partir de um lote de gibis usados que ganhei de uma amiga de minha mãe, por volta dos meus dez anos de idade. Os gibis lidos eram trocados entre os colegas e passavam de mão em mão numa velocidade espantosa. Numa dessas trocas, por falta de gibis que eu ainda não houvesse lido, recebi alguns bolsilivros - livros de tamanho pequeno, que cabiam no bolso, da editora Monterrey.

Gostei tanto do formato que pedi  a coleção completa da editora. Recebi dias depois, via reembolso postal, uma caixa contendo mais de trezentos livrinhos. Eram de diversos autores. Apaixonei-me pelas histórias de espionagem. Nao exatamente pelo gênero, mas por ela...

Brigitte Montfort! A Baby, espiã secreta nº 1 da CIA, filha de Giselle - a espiã nua que abalou Paris. Brigitte protagonizava os mais mirabolantes planos de espionagem, que sempre davam certo no final.

Espiã, jornalista, poliglota, milionária, inteligentíssima.... E principalmente, belíssima! Morena, olhos azuis, corpo escultural. Sempre vestida para matar, com sua inseparável pistola de cabo de madrepérola presa à coxa por um esparadrapo cor da pele. Era quase sempre através desses atributos que ela conseguia o que queria. Colocava a seus pés, do seu chefe aos seus inimigos, passando pelos muitos Johnnies - os anjos da guarda, agentes auxiliares que literalmente davam a vida por ela.

E tudo isso era vivenciado por mim e por outros milhares de aficcionados apenas pela leitura de um pequeno livro de bolso, cuja única figura era a da capa. Minhas reverências ao autor espanhol - Antonio Vera Ramírez "Lou Carrigan" e ao desenhista das capas - Benício, o maior ilustrador brasileiro de todos os tempos. Geniais!

Adriano Trinta