Os índios Mura, verdadeiros ciganos aquáticos, cujas habitações no inverno eram as canoas e, no verão, pequenas palhoças nas praias, tinham seu habitat na região do baixo Purus, no Amazonas.
Percorriam o emaranhado de canais que desemboca ao longo do rio Solimões e do Madeira.
Os Muras foram os que mais se destacaram entre os grupos tribais, pelo fato de evitar contato com a civilização branca e rechaçar qualquer tentativa de invasão de seus territórios.
A rejeição nascera de um profundo ódio contra tudo que limitasse sua liberdade: resgates, descimentos, aldeamentos e missões.
A etnia Mura foi descoberta pelos colonizadores portugueses no inicio do século XVIII, através dos registros feitos pelo padre Bartolomeu Rodrigues.
Sua expansão deu-se nos anos de 1723 a 1725 por situações decorrentes das próprias características das populações indígenas.
Nos anos de 1738 a 1739 foram vitimas de devasso inquérito que tinha por fim justificar a declaração de uma guerra justa, mas não autorizada pela coroa portuguesa sendo massacrados pelas tropas auxiliares da capitania e também sendo contaminados por epidemias de sarampo e varíola.
Na segunda metade do século XVIII, autoridades portuguesas chegaram a pedir do governo colonial que declarasse guerra aos muras, pois eles seriam os responsáveis pelo não desenvolvimento da capitania do Rio Negro.
O "abominável índio Mura" ficou conhecido pela violenta belicosidade com que reagiu a colonização.
Constituíram o paradigma dos índios bárbaros contra os quais se deveria mover a mais enfurecida guerra, como queriam as autoridades na época.
Sua expansão territorial a partir do rio madeira, estendeu-se até a fronteira da Peru até o rio Trombetas no atual estado do Pará.
Os fundamentos da história da Cidade de Manacapuru estão ligados à aldeia dos Índios Mura, que ali se estabeleceram no século XVIII.
Do Portal Amazônia
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