Vitrine

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Rola-rola

Poucas crianças hoje brincam ou conhecem o rola-rola, muito comum no meu tempo de menino. Brinquedo de custo zero, fácil de fazer. Um pedaço de tábua e um cilindro. Diversão garantida por horas.
Na imaginação fértil dos pirralhos isso virava skate, prancha de surf e outras viagens mais.

Tenho até hoje as marcas dessa brincadeira. E não são marcas na lembrança. São na canela mesmo!

Estava um dia na casa de um colega, onde íamos sempre em grupo para estudar. Estudos terminados, tempo sobrando, hora de brincar... Montamos um rola-rola em cima de um grande pilão que havia no quintal, ficou mais ou menos a meio metro de altura.

Maior diversão, disputas de quem ficava mais tempo, quem ia mais rápido, etc...

Minha vez! Num lapso (em bom amazonês: numa leseira), escorreguei e caí de canela em cima do pilão. Putz! Doeu, bicho! Dói até hoje quando eu lembro!

Mas o pior estava por vir. Fui pra casa com a perna já inchando. Não contei pra minha mãe com medo de levar uma surra por ter saído pra estudar e voltado com a perna naquele estado.

Passaram-se os dias... E minha perna inchando e mudando de cor a cada dia... Indo gradualmente do vermelho-crepúsculo para o céu-em-noite-sem-lua, com direito a tonalidades em azul, verde, roxo...

E eu com mais medo ainda de contar pra minha mãe! Ia pra escola, voltava e não tirava a calça comprida do uniforme. Disfarçava perto dela pra não mancar. Doía pacarai...

Mas, felizmente mãe é mãe! Muitos dias depois ela percebeu que havia algo errado e me fez tirar a calça comprida. Quase teve um treco quando viu minha perna, já parecendo uma imensa mandioca. Disforme, inchada, dura e escura.

Cuidou de mim. Curou minha perna.

Por sorte não fiquei com nenhuma sequela mais grave.

Só não sinto até hoje minha canela direita.

Bom pra jogar futebol!


Um comentário: