Se você tem menos de três décadas de vida ou sempre morou na cidade pode achar que é brincadeira, mas é a mais pura verdade. Existiram sim esses, como eu diria... "antepassados" dos eletrodomésticos atuais.
E nem faz tanto tempo assim.
Até mais ou menos três anos de idade morei no mesmo lugar onde nascí. Uma localidade chamada Lago do Pesqueiro, a duas horas de barco do município de Manacapuru, interior do estado do Amazonas. Um verdadeiro paraíso ecológico. Ainda hoje preserva o estado natural das coisas. Não há muito das invenções modernas. Nem eletricidade.
Portanto, tudo o que tiver que funcionar por lá tem que ser movido a outras fontes de energia.
O ferro de passar movido a carvão mais parecia uma pequena churrasqueira. Ferro puro. Acho que pesava uns cinco quilos!
Lembro de minha mãe e minhas tias "brigando" com um deles. Colocando o carvão já em brasas no pequeno compartimento. Soprando. Abanando. E as fagulhas subindo. Não tenho a lembrança do resultado. De como ficavam as roupas. Mas era o que havia!
A geladeira era a estrela. Movida a querosene - um combustível derivado de petróleo muito utilizado na época dos lampiões e lamparinas.
Poucos podiam ter o conforto de uma geladeira em casa. Caríssima para adquirir e mais ainda para manter. Consumia um litro de querosene por dia.
Na minha havia porque era misto de residência e comércio - um flutuante, entreposto de compra de juta e venda de gêneros de primeira necessidade. Mas essa é outra história.
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