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quarta-feira, 5 de maio de 2010
Uma fezinha no bicho
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Crônicas e Histórias
Houve época em que eu era jogador compulsivo do jogo do bicho. Lá pelos anos 80/90.
Todos os dias passava na taberna do seu Joaquim e fazia uma "fezinha" - uma aposta.
Era tão viciado que sonhava todas as noites e já dormia com lápis e caderninho ao lado da cama, para anotar o sonho logo ao acordar e não esquecer na hora de marcar a "pule" - a cartela no jogo do bicho.
Todo sonho tinha um significado relativo ao bicho.
Perdia mais do que ganhava. Vez ou outra ganhava alguma coisinha.
Mixarias.
Mas certa vez "lavei a égua". Sonhei telefonando para uma colega de escola. Joguei o número do telefone dela. Acertei a milhar na cabeça.
Para quem não sabe, "cabeça" é o primeiro prêmio e a "milhar" são os quatro algarismos sorteados que formam um número.
É o máximo da premiação do jogo do bicho. A esperança de todo jogador.
Na época pagava seis mil por um. Ou seja, se fosse em dinheiro de hoje jogaria um real e ganharia seis mil.
Comprei um fusca com o dinheiro do premio.
Valeu. Naquela época fusca ainda era carro.
Adriano Trinta
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